Não se pode celebrar a solenidade do Natal sem entrar em contato com numerosos símbolos a ele referentes. Veremos os principais, com seus respectivos significados:
1. Presépio
Palavra de origem latina (presepium) que significa estábulo, manjedoura. É a representação, por imagens, da cena do nascimento de Jesus, conforme está narrada no Evangelho segundo Lucas (2,1-20), e da adoração dos magos, segundo Mateus (2,1-12). São Francisco de Assis foi o primeiro a organizar, em 1224, um presépio vivo, com base na cena do nascimento de Jesus. A iniciativa foi logo adotada pelos franciscanos, que difundiram imediatamente por toda parte. O presépio é, sem dúvida, um elemento pedagógico de inestimável valor. Diante dele, as crianças dão asas à fantasia e fazem brotar muitas perguntas sobre o significado de cada peça nele representada. E os adultos sentem-se envolvidos e tocados pelo mistério da encarnação de Jesus.
2. Coroa do Advento
A cora simboliza a espera do rei que irá chegar. A formar circular é símbolo da nova aliança de Deus com a humanidade. Os ramos verdes representam a esperança de um mundo novo, uma nova sociedade. A cada domingo do Advento acende-se um vela. A vela acesa é sinal de esperança vigilante e, ao mesmo tempo, indica Jesus, Luz do mundo, que está chegando. A cor da vela é roxa (ou lilás), ou mesmo branca.
3. Árvore de Natal
O Pinheiro de Natal, todo verde, é sinal de vida e esperança. As bolas coloridas nele penduradas representam nossa boas obras. É antigo o costume de enfeitar a árvore de Natal, mas ele só ganhou o mundo a partir do século XIX, quando o príncipe Alberto armou uma árvore no palácio real britânico. A árvore de Natal, divulgada abundantemente pela mídia e instalada nos grandes supermercados, por ocasião das festas de fim de ano, parece estar apenas a serviço do consumismo. Entretanto, penso que a árvore de Natal poderia despertar em nós mais interesse pela ecologia, levando-nos a valorizar a flora, a fauna, enfim, todo ser vivo do nosso planeta.
4. Estrela
A estrela serviu de guia os três reis magos até Belém: “A estrela que tinham vistos no oriente ia à frente até que parou sobre o lugar onde se encontrava o menino” (Mt 2,9). A estrela indica o próprio Jesus, luz do mundo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12). Jesus vem para iluminar todos os povos: “Luz para iluminar as nações” (Lc 2,32).
5. Papai Noel
A imagem do Papai Noel foi inspirada em São Nicolau, que nasceu na Turquia, no final do século III. Nicolau, homem de bom coração, costumava ajudar os pobres, deixando saquinhos com moedas perto das chaminés das casa. Até o final do século dezenove, o Papai Noel era representado com um roupa de inverno de cor marrom. Conta-se que, a partir daí, uma grande empresa americana vestiu o bom velhinho com as cores do seu principal produto, vermelho e branco. A campanha do Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo. Em vez de promover o consumismo, a imagem do Papai Noel poderia ser evocado com estímulo à partilha de bens entre todos os povos, formando assim uma imensa família em que nenhum de seus membros morre de fome.
6. Músicas próprias
As músicas de Natal multiplicaram-se e ganharam o mundo inteiro em diversos ritmos e idiomas. Dentre as vária canções natalinas, cantadas ao longo dos três últimos séculos, a mais popular é certamente Noite Feliz. A letra foi escrita por um padre austríaco, Joseph Mohr, no Natal de 1818. Sua encantadora melodia foi composta por um músico e organista, também austríaco, chamado Franz Gruber. As músicas características dessa época nos embalam, emocionam e nos ajudam a orar.
7. Presentes, mensagens, cartas, cartões, e-mails…
É possível que a idéia de dar e receber presentes tenha nascido da passagem bíblica em que os magos levaram presentes ao Menino Jesus (cf. Mt 2,11). De fato, os magos, sábios e astrólogos orientais, ofereceram a Jesus ouro, incenso e mirra. O ouro simboliza a realeza de Jesus (ele é rei); o incenso indica sua divindade (Jesus é Deus); e a mirra, sua humanidade (Jesus é homem). Presentear alguém e trocar augúrios de boas festas são atitudes que nos ajudam a estreitar e solidificar os laços de amizade. Além disso, indicam que Jesus nos dá o grande presente da Salvação, que inclui vida digna para todos, também aqui neste mundo. Então, os mais pobres e carentes precisam ser incluídos na partilha dos presentes.